The phantom of the opera- Carta para Christine

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Christine meu anjo,

Lembra a primeira vez que me olhou? Seus olhos assustados me fitaram como quem fita um romance atordoado pelo amor ardente dos protagonista, seus olhos, meu mar meu céu, eu ainda me inundo quando lembro deles, eu ainda exalo a mesma áurea quando sinto nossa música modulando minha alma. Você me deixou Christine, me abandonou quando as águas do meu rio ainda se desaguavam no seu mar, você me aniquilou quando nossas águas ainda se encontravam. Continuar lendo

Aleximítica

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Há dezenove anos atrás, aquela menina de olhos negros, cabelos ralos e escuro recebia o seu nome perpétuo: Celina.

Sentada à sala celina analisa os seus cachos espirais negros, olha para um canto e observa minuciosamente a lagartixa que passeia calmamente na parede, seus dedos desmancham um a um os cachos definidos que descem pelo seu dorso. a lagartixa a um certo ponto permaneceu inerte o que irritou Celina, com um olhar denso e paralítico pensou para si mesma: “Quando eu desmanchar essas três mechas de cachos se ela não se movimentar ou andar pelo menos até aquela quina da parede, vou mata-la, é um desafio, ela que decida pela sua vida”. De cabeça baixa ela dividiu as três mechas que seriam postas como conômetro para aquela “gincana,” Continuar lendo

Bradicardia

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partiu como estilhaços de vidro
A inspiração entusiasta dispersou
Taquicardia erigida pela dor
Monumentais lembranças
Pernas sequidas sentadas na rubridão
Rosto envolumado pernas infladas
Liquido retido, tosse noturna
Passos modestos, resfriados inacabados
Esqueça, na madeira disseca
Não aconteceria,
Não fosse o medo magnético
Hoje houve lembranças
Pernas infladas sentadas
Rosto envolumado
achocolatado, salgados requentados
Batidas no portão
Ultima despedida, ultima ligação.

Amar

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O amor pode machucar
O amor pode machucar às vezes
Mas o amor é tudo que eu conheço
photograph- Ed sheeran
Como uma frase pode se encaixar tanto em uma fase, sim amar pode ferir, mas e se o amor te fere sem você se quer amar? Ou simplesmente sem você saber o que é o amor, talvez o amor em si não seja o arqueiro da condição mas a condição de ele não existir em sua vida. Amar, amar, amar sozinha é a única coisa que eu conheço, amar sem saber sequer a Continuar lendo

Saturações

É parceiro, estamos aí com os mesmos olhares de sempre, eu e você, parados diante da imensidão de pensamentos atordoados e confusos, estou aqui te olhando há dois metros de distância enquanto você repõe minuciosamente esse sabão em pó brilhante de 2k e 700 gramas, quanto cuidado para montar esse quebra cabeça, nem precisava disso tudo,já está tudo bem organizado e encaixado no seu devido lugar, você olha para mim como sempre, e como sempre também te entrego o mesmo sorriso padrão, você se afasta para o fundo do corredor. Senhor D. até quando olharemos um para o outro na mesma condição? Até quando se desfará diante de nós o prazer de conquistar as mesmas expectativas? Até quando esses sorrisos findarão, e os olhares não se repetirão ao ponto de se tornarem automatismos? Me permito viajar te olhando repor aquele corredor cheio de soluções saturadas e insaturadas.
O dia passado foi quebrado pela esperança excessiva de um abalo miocárdico, e em vez disso o resultado foi essas treze linhas até agora, quando deixarei de me iludir e decepcionar com a realidade? Quando deixarei de ser causa de suspiros indesejados? Quando haverá reciprocidade nesse terreno abandonado pela timia? Senhor D sinto que há qualquer momento não haverá mais dentro de mim as mesmas esperanças que enche esse peito preso de fantasias excedentes.
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Insólitos de Barbara

mocadeitada

“O barulho insistente chamou-a à realidade. Estava absorta, pensando no tempo em que não precisava pensar.” Luiz Puntel.
Talvez esse seja o seu traço Barbara, talvez a solidão seja a sua felicidade, talvez dedicar-se a ficções criar e planejar coisas inexistentes seja a sua plenitude, solidão talvez seja tu a estigma sombria que me faz ser plena de alguma forma. A magnitude pula em ondas desencadeando cada personagem, cada sentimento existente ou não, cada cena, cada cor, cada olhar, Barbara eu vejo o seu olhar vestido em sombras da ficção, eu vejo seus trejeitos calçando as palavras dos diálogos, eu vejo o amor escrito mas não o vejo nos seus olhos. Continuar lendo

Um amor para esquecer -O transtorno

garoto-triste

Percebia-se que já não era ele, ficava horas arrumando o quarto que julgava estar extremamente bagunçado, contava carros pelas ruas e depois tentava se lembrar deles, organizava todos os seus livros em ordem alfabética e tinha um ataque quando percebia que algum estava fora de lugar, quando a mãe chegava a casa estava infinitamente impecável, os copos eram organizados por ordens de tamanho no armário. Continuar lendo

Apóstrofe ao acaso

pracabancos

Ana maria se preparava todas as tardes para ler na praça em frente à sua casa, descalça ela ia embalada pelo título do livro que ansiosamente aguardava abri-lo e viajar em todo o seu ser. Lá sentia como se houvesse todo o tempo do mundo, as árvores verdes a fazia lembrar da fazenda onde morara e passara toda a infância e adolescência, os pássaros a fazia fechar os olhos e crer que tudo ainda estava sob controle mesmo sendo apenas pardais, quando perdia o fôlego na leitura Ana Continuar lendo