O beijo do Hotel de Ville

Beijo Hotel de Ville

 

Eu adorava folhear as páginas dos meus livros didáticos, principalmente Português e História, e foi em uma dessas sessões de páginas folheadas que há encontrei: foi amor a primeira vista, desde então passei persegui-la pela internet. O casal é lindo! a roupa da moça mesmo tendo sido há 65 anos atrás continua sendo um charme aos meus olhos! Os cabelos, a roupa elegante do rapaz, até o olhar paralítico do senhor atrás, tudo trabalhou em plena sintonia com a foto, chegamos a ter uma impressão que as roupas continuam estando na moda no nosso século!

Essa foto foi registrada em Paris, 1950, pelo fotografo Robert Doisneau, nomeada como o “beijo do Hotel de Ville”. O forte de Doisneau era fotografar fatos do cotidiano, e a primeira coisa que vem a nossa mente é que Doisneau estava passando por ali e flagrou os jovens se beijando e tirou uma foto naturalmente, mas para minha surpresa não foi bem assim, Robert teria que apresentar fotos a revista Life registrando o ar romântico de Paris para uma matéria. Li muito por aí que o casal não eram realmente namorados eram dois jovens atores pagos pelo fotografo, mas há também o segundo lado que afirma que os jovens seriam sim namorados, e foram flagrados pelo fotografo enquanto se beijavam, e a pedido de Robert repetiram a cena em três lugares de Paris e em um desses o Hotel de Ville, há também a terceira opção que o casal de namorados estavam perto da escola onde faziam teatro e foram abordados e orientados a se beijarem para pousarem para a foto, Françoise Bornet ou Delbort, e até mesmo Bobbet,(foi o que encontrei) tinha 20 anos na época, e o jovem Jacques Carteaud 23 anos. Depois de muitos supostos atores alegando serem o casal da foto, e reindivicarem seus direitos, a verdadeira identidade foi descoberta em 1992 quando Françoise apresentou a Robert a cópia original da fotografia na época autografada por ele. “Eu nunca teria tirado a foto de um casal se beijando sem o consentimento deles, a maioria dos casais fotografados não eram autênticos”. afirmou Robert após a inúmeros supostos verdadeiros casais alegando serem os atores sem direitos pagos…

A foto ficou guardada nos arquivos da empresa onde Robert trabalhava na época por 30 anos, até que uma empresa de Posters a comprou foram mais de 500 mil cópias vendidas e se tornou ícone do romantismo em todo o mundo.

Depois dessa foto mais que romântica e inesquecível na história o mínimo que poderia ter acontecido ao casal era terem se casado e “viverem felizes para sempre”, mas a realidade também foi outra, Françoise se casou com Alain Bornet diretor de documentários, e o nosso pobre Jacques Carteaud se tornou vinicultor até a sua morte. Françoise leiloou a cópia da foto em 2005, por 153 mil euros.

Como nossa cabecinha romântica imagina tanto né? A primeira vez que eu à vi imaginei um monte de romantismos na cabeça, o casal estava se despedindo enquanto a moça esperava um bonde para voltar para casa, ou até mesmo o rapaz estava indo embarcar para uma viagem a qual demoraria alguns dias e só se voltariam a ver tempos depois, imaginei os olhares das pessoas da época com aquele “inusitado” beijo, as ruas de Paris ainda estavam úmidas pela chuva das 16:00, o ar estava fresco e úmido, os pardais cantavam, o tempo ainda estava nublado e sol se mostrava vagarosamente entre as nuvens… Na realidade era frio né? os casacos, dos personagens evidenciam isso, mas inventar nunca é demais! imaginar que esses dois velhinhos estariam juntos até a morte e teriam uma história de amor a nos contar, a beleza da foto é inquestionável, mas como seria bom se esses dois fossem separados apenas pela morte! mas realidade é realidade não se questiona e nem muda!